Bó Passiá
Catraca, freio, seliiiiiiim, trimtrim! “Olhaí o tomate” Vruuum Tic tac
Que tal uma pedalada sonora em busca de sombra como direito(s) às cidades? E se formos rumo a um “predinho”, inventando modos de habitar a cidade?
#PedaladasSonoras
Um trajeto de bicicleta pode ser apenas uma forma de ir de um ponto a outro da cidade… E pode ser muito além disso. Você já tentou perceber quantos sons te cercam numa pedalada, quantos sons você faz, por quantas sombras você passa - e almeja -, e que estruturas existem?
É hora de procurar algum objeto, alguma gambiarra para amarrar no pedal, no guidão, ou colocar entre o raio da roda e sair com a gente fazendo uma sinfonia itinerante pela cidade. Vamos nessa aventura?
+Referências:
https://ciclosfera.com/a/johnnyrandom-sonidos-musica-bicicleta
#DireitoàSombra
Cotidianamente, na rua, temos e criamos táticas de driblar o sol e a quentura: quando caminhamos, paramos para conversar ou namoramos por aí. É assim que entendemos o valor de um poste, um chapéu, uma árvore na calçada.
Vamos carregar plantas nas nossas bicicletas e espalhá-las por aí? Quem sabe assim a gente aumenta a quantidade de sombra na cidade.
#PorAmorÀsCidades
Predinho é um edifício inconcluso, abandonado como tantos outros, que ostenta na sua carcaça de ferro e concreto, a beleza triste de uma ruína com vista para o mar. Ocupá-lo de desejos poéticos é um exercício de amor às cidades.
João Miguel nos contextualiza sobre o Bó Passiá e a origem do desejo de juntar três projetos num só.
“Há pouco mais de um mês aconteceu uma atividade de aproximação de desejos de estar na rua em movimento, com bicicletas, plantas, objetos sonoros e objetos fazedores de sombra. Era o Bó Passiá, evento que aconteceu em 24 de janeiro de 2015, organizado por participantes da pesquisa Arte|Espaço Comum|IntenCidades.
Garrafa pet acoplada ao aro do pneu traseiro, para produzir sons durante as pedaladas; carta de baralho presa aos metais do aro com pregador de roupa; vaso de planta amarrado a uma das pontas do guidão e uma outra amarração na lateral, “colando” o vaso à barra da bicicleta; câmera de filmar acoplada a um capacete; e um celular preso ao guidão com um elástico para captar sons. Tudo pronto? Partimos. (Mas no meio do caminho algumas gambiarras pediram reforço ou quiseram ficar pelas ruas mesmo, como a carta e o pregador acoplados ao pneu da minha bicicleta…)
No ‘predinho’, ponto de chegada do Bó Passiá e local de pesquisa da Aline, estávamos tomando temporariamente, de forma coletiva, um espaço abandonado da cidade-progresso-que-quer-crescer. Estávamos no topo, e o teto era o céu azul da tarde. Foi nesse espaço privado abandonado, momentaneamente coletivizado, que deixei os dois vasos de planta (dessas que crescem e vão caindo). Entre movimentos e permanências, gambiarras de sons, plantas e sombras, espaços públicos, privados e íntimos, o Bó Passiá foi momento de coletivizar desejos e ações de interferir na cidade.”
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Os relatos do Bó Passiá escritos por Aline, Rafaela e João Miguel podem ser acessados no link: https://pesquisaintencidades.tumblr.com/page/4