Escritas urbanas: escrever (com) imagens, escrever (n)a cidade

Alice Dote

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Pixação, estêncil, lambe-lambe — frases e palavras deixadas nas superfícies povoam muros, paredes, postes, lixeiras, cabines de orelhões da cidade. O gesto da escrita, que tatua a pele da urbe, é marca que perdura no tempo: imagens-de-imagens, letras que bordam palavras, linhas que se desencontram em desenhos. Nos versos “Proverbios y cantares XXIX”, em Campos de Castilla (1912), o poeta espanhol Antonio Machado (1875-1939) sugere: “Caminante, son tus huellas/ el camino y nada más;/ Caminante, no hay caminho,/ se hace camino al andar”. Escrever com a cidade é também cartografar percursos a pé, variar as ruas percorridas para chegar a um mesmo lugar, escolher outras linhas de ônibus, provocar o olhar. "Como tantos outros agires urbanos de potência micropolítica, as escritas urbanas dizem da invenção de táticas de existência — e existência na cidade", acredita a pesquisadora e artista visual Alice Dote @alicedote

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"As escritas urbanas, mostrando-se no que não é visível de imediato nas palavras, indicam uma certa poética da criação da cidade cotidiana como um texto escrito a muitas mãos, camada sobre camada, nessas práticas ordinárias, anônimas e não autorizadas, que se desviam do consumo utilitarista do espaço", compartilha a pesquisadora e artista visual @alicedote

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No próximo sábado, 13 de novembro, Alice Dote partilhará os seus múltiplos processos de escrita no encontro "Escritas urbanas: escrever (com) imagens, escrever (n)a cidade", atividade do ConversAções com a Escrita. Alice é mestre pelo Programa de PósGraduação em Sociologia da Universidade Federal do Ceará, com a investigação Cidade Caminhante (cidadecaminhante.tumblr.com); e co-criadora do coletivo Narrativas Possíveis (@narrativaspossiveis), com pesquisa e atuação em cidade, imagem e artes urbanas.

 

O encontro é uma das atividades do Ateliê de Escrita, que acontece na pesquisa Fortalezas Sensíveis: Escritas com a Cidade. 

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Dia: 13.11.2022

Hora: 10hs

Local: on line