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Oficina Escrita ProvocAções

Participaram:
Jo A-mi (org.)

João Miguel Lima

Camila Chaves

Allan Alfredo

Cecí Shiki

Larissa Batalha

 

Resumo

Cinco  textos  resultantes  da  oficina  Escrita  ProvocAções,  realizada  e proposta pelo LAMUR – Laboratório Artes e Micropolíticas Urbanas, da Universidade Federal do Ceará, em 2017, em que o texto foi explorado como processo de criação e pensamento poético.

 

Palavras-chave:
Escrita. Processo de criação. Micropolítica.

 

Apresentação da Oficina Escrita ProvocAções 

por Jo A-mi

 

Toda  escrita  tem  sua  temperatura:  às  vezes  vaporiza,  por  outras congela. Latente, contudo, nunca deixa-de-ser. A escrita está aqui e ali ainda nas imagens dos pensamentos, em rabiscos e palavras soltas,  nas  frases,  parágrafos, epígrafes,  provérbios,  lembretes, versos.  Na  oficina Escrita  ProvocAções,  realizada  no  segundo semestre de 2017 e proposta pelo LAMUR – Laboratório Artes e Micropolíticas Urbanas (UFC), compreendi: sabemos escrever, o que não sabemos é desfazer a ideia cristalizada de escrita; ideia enraizada pela escola, pelos concursos literários, pelas deidades acadêmicas e formaturas gramaticais de que a escrita só pode ser tecida por algumas pessoas iluminadas/iluministas. Ora, escrita é pensamento que se re-volta (pacto poético, por vezes conflitante, entre quem escreve e quem lê) e tudo o mais que não sabemos; é  o  que  está,  mesmo  quando  ainda  não  aconteceu  no  papel  ou na tela do computador. Todos sabemos escrever (até quem não passou pelo ensino formal), mas a ideia de que não conseguimos/

podemos escrever nos afunda num medo mascaradamente inextricável que vai destruindo muitas experiências com a escrita. De outro modo, a proposta que partilhei pela Escrita ProvocAções foi  a  de  trazer  a  escrita  enquanto  estação  de  afetos  –  a  partir da  imagem  de  “estação”  sobressaída  em  Walter Benjamin  na “Origem do drama trágico alemão”– quando “o próprio da escrita é, a cada frase, parar para recomeçar”; afetando e sendo afetadas pelo “outro”, as escritas-processo da oficina foram pouco a pouco inventadas  nas  caminhadas  pela  cidade  e  nas  leituras  coletivas dos  escritos  construídos  a  cada  (des)encontro.  E,  mesmo  com medo das horas do medo de escrever, e sendo poetas, decidimos contar os a-versos de uns mundos por compreendermos que escrita se faz de estações-afeto a estações-afeto em palavras que tecelam palavras. Os contos, aqui publicados, portanto, tentaram se  redesenhar  com  imaginações  de  poeta:  “Hora  de  delicadeza,  gasalho,  sombra,  silêncio.  Haverá  disso  no  mundo?”  (Carlos Drummond de Andrade, no livro “A rosa do povo”).

 

 

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Os cinco textos foram publicados na Revista Vazantes e podem ser acessados no link: http://periodicos.ufc.br/vazantes/article/view/32963/73074

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