“(...) O  primeiro  ConversAções¹  foi  realizado  em  setembro  de 2014,  como  parceria  entre  a  pesquisa  Arte  |  Espaço  Comum|  IntenCidades,  o  Canto  –  Escritório  Modelo  de  Arquitetura  e Urbanismo,  e  o  Varal  –  Laboratório  de  Iniciativas  em  Design,  e teve  como  convidados  os  professores  da  UFC  Anna  Lúcia  dos Santos Vieira e Silva (Lilu) e Pablo Assumpção. O encontro foi

mediado por Sabrina Araújo, integrante do IntenCidades, e contou com cerca de cinquenta participantes.

As apresentações abordaram a potência das artes de existir e resistir no espaço urbano. A partir de uma seleção de trabalhos de artes de rua de referência no mundo, Lilu propôs olhar para a intimidade  entre  tempo  e  espaço  da  arte  urbana,  em  como  gra ffiti,  lambe  e  pixo  dialogam  com  questões  do  cotidiano  de  uma cidade, entre críticas, subversões e resistências. Das referências internacionais às locais, apresentou intervenções artísticas na comunidade  Lauro  Vieira  Chaves,  em  Fortaleza,  durante  as  atividades do projeto de extensão Canto (UFC) em 2013, realizadas por de estudantes e moradores. Localizada no entorno do aeroporto, a comunidade foi ameaçada de remoção forçada para a instalação de um veículo leve sobre trilhos (VLT). As mobilizações de resistência dos moradores garantiram a permanência de uma parcela das casas.

Pablo Assumpção discutiu a rua como vontade ativa, entendendo-a como um ato de fala, isto é, uma discursividade e uma materialidade dotadas de força. Refletindo sobre as ressonâncias performativas de trabalhos individuais e coletivos em que o corpo se coloca com vontade de conhecer e experimentar, apresentou performances  de  artistas  nacionais  e  internacionais  que  o  instigam como artista|pesquisador.

Nesse ConversAções, o encontro com as processualidades das pesquisas e intervenções, apresentadas por nossos convidados, trouxeram à tona implicações entre as artes, em especial, a arte urbana e a performatividade dos corpos em movimento com as ruas e bairros das nossas cidades. Um exercício que nos força a  pensar  nas  dimensões  pluridisciplinares  que,  nas  palavras  de Guattari  (1992,  p.7)  “consistiria  também,  no  que  diz  respeito  às questões  sociais,  urbanísticas  e  ecológicas,  em  assumir  uma  dimensão planetária e problematizar as questões locais, a partir de horizontes que levem em conta o conjunto da vida e das relações internacionais”. (...)”

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